A República Oligárquica / Parte 1
Em 1894, Prudente de Moraes, civil, representante dos cafeicultores paulistas chega a presidência da República. Começa a República oligárquica, na qual o predomínio dos grandes fazendeiros( destaque para o cafeicultores de São Paulo) é inconteste. Esse predomínio dos grandes proprietários rurais é chamado de República dos fazendeiros ou ainda de República oligárquica, Por oligarquia devemos entender o governo de poucos, muitas vezes o poder está nas mãos de um clã familiar, que controlava com mão de ferro os postos chaves da administração do Estado. A República oligáquica vai durar até 1930, quando um movimento armado conduz Getúlio Vargas ao poder, determinando o fim da República Velha(1889 / 1930).A República Oligárquica era sustentada por um tripé formado pelo Coronelismo, Fenômeno social e político típico da República Velha, caracterizado pelo prestígio ( a nível municipal) de um chefe político e por seu poder de mando, que contolava os votos (voto de cabresto) na sua região (curral eleitoral); pela Política dos Governadores, um pacto que envolvia o Governo Federal e os governos estaduais . o Governo Federal apoiaria as oligarquias que estivessem no poder e em troca, estas, fazendo uso de seus coronéis, elegeriam bancadas pró-Governo Federal para a Assembléia Legislativa, de forma que nem o governo federal, nem os governos estaduais enfrentassem qualquer tipo de oposição. A coisa funcionava da seguinte maneira: o coronel controlava os votantes em sua área de influência, obtendo votos para o candidato das oligarquias que controlavem o poder a nível estadual que por sua vez oferecia suporte ao Governo Federal. Em troca, o governo ao nível federal retribuia favores aos poderes estaduais (facilitando verbas, distribuindo empregos e favores para os amigos políticos), que faziam o mesmo aos coronéis, permitindo que estes bancassem a administração de seus currais eleitorais. O coronel mandava no município, nomeando e arranjando empregos para seus aliados; o governador não sofria oposição na Assembléia Legislativa estadual; assim como o presidente da República tinha todas suas iniciativas aprovadas pelo Congresso Nacional. A Política do Café-com-Leite Completava o tripé de sustentação do domínio oligárquico. Era uma política de revezamento do poder nacional executada pelas oligarquias do estados de São Paulo, mais poderoso economicamente, principalmente devido à produção de café, e Minas Gerais, maior pólo eleitoral do país da época e produtor de leite. Se o presidente da República fosse paulista, seu sucessor seria mineiro e vice versa.
O Governo de Prudente de Moraes
A vitória de Prudente de Morais representou a ascensão da oligarquia cafeicultora e dos civis ao poder nacional, após um período em que essa oligarquia mantinha-se dominando apenas o poder Legislativo. Os quatro anos de governo de Prudente de Morais foram agitados, tanto por problemas político-partidários (a perda do apoio do Partido Republicano Federal) como pela oposição dos setores florianistas e pela continuação, no Rio Grande do Sul, da Revolta Federalista. Porém o fato mais pertubador do seu mandato foi sem duvida a Guerra de Canudos que ocorreu no sertão da Bahia. Em 1896, enfrentou a questão diplomática envolvendo os ingleses, que acharam por bem tomar posse da Ilha de Trindade em 1895, e a revolta da Escola Militar. Fez então valer sua autoridade: fechou a escola e o clube militar. A questão diplomática foi resolvida favoravelmente ao Brasil. Prudente de Morais restabeleceu as relações com Portugal e assinou o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação com o Japão, em novembro de 1895, com o objetivo de incitar a vinda de imigrantes japoneses. As divergências internas no PRF e a Guerra de Canudos desgastam o governo. Mesmo com a vitória das tropas do governo na guerra, os ânimos não se acalmam. Em 5 de novembro de 1897, durante uma cerimônia militar, sofreu um atentado contra a sua vida; escapou ileso, mas o seu ministro da Guerra, Mal. Bittencourt, faleceu. O presidente decretou, então, estado de sítio, para o Distrito Federal (Rio de Janeiro e Niterói) conseguindo assim livrar-se dos oposicionistas mais incômodos.
O Governo de Campos Sales
Campos Sales foi eleito presidente da república em 1898, substituindo Prudente de Morais. Desenvolveu a chamada Política dos Governadores, através da qual tentou obter o apoio do Congresso através de relações de clientelismo e favorecimento político entre o governo central, representado por si próprio enquanto presidente, estados, representados pelos respectivos governadores, e municípios, representados pelos coroneis. Era preservada a autonomia e independência dos governos municipais e estaduais desde que estes apoiassem a política do governo federal. Na economia, a situação era desesperadora: o país estava as portas da bancarrota. Campos Sales decidiu que a resolução do problema dadívida externa era o primeiro passo a ser tomado. Em Londres, o presidente e os ingleses estabeleceram um acordo, conhecido como "funding loan". Com esse acordo, que visava a solucionar a dívida externa nacional, foi concedido um empréstimo de 10 milhões de libras. suspendeu-se por 3 anos o pagamento dos juros da dívida; suspendeu-se por 13 anos o pagamento da dívida externa existente; o valor dos juros e das prestações não pagas se somariam à existente; a dívida começaria a ser paga em 1911, com o prazo de 63 anos com juros de 5% ao ano; as rendas da alfândega do Rio de Janeiro e Santos ficariam hipotecadas aos banqueiros ingleses, como garantia. Em nome da estabilidade econômica, Sales promoveu cortes nos gastos públicos, inclusive suspendendo algumas obras, aumentaram-se alguns impostos, desvalorizou-se o câmbio, restringiu-se o crédito, cortou subsídios e houve "enxugamento monetário", chegando o dinheiro a ser queimado. Tais medidas acarretaram em desemprego e recessão mas alcançaram o objetivo de Campos Sales que era o de sanear a economia brasileira.
Um comentário:
Professor Orlando, sou aluno do 4º ano da noite turma 3241 - Eletrõnica, e o senhor ficou de colocar as notas no seu blog, mas não consegui encontrar. Se senhor puder me responder, meus e-mails são: roldan_esteves@yahoo.com
henriqueroldan@gmail.com
coiote_mh@hotmail.com
Obrigado e me desculpe a incoveniência.
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