sexta-feira, 28 de março de 2008

A Reforma - ISERJ - 1º ano 2011

Convencionou-se denominar Reforma o conjunto de fatos que abalaram a Igreja Católica no início da Modernidade. Na realidade, trata-se do aparecimento de novas religiões(a Reforma Protestante) e do movimento de reação da Igreja católica (a Reforma Católica).
Já desde o século XIV que a crise religiosa se fazia sentir com mais intensidade, gerando alguns movimentos de reforma que, no entanto, foram considerados heráticos pela Igreja, sendo os responsáveis por eles eliminados do seio católico. Tal foi o caso, por exemplo, de Wycliff, na Inglaterra e huss, na Boêmia.
No início do século XVI, aquilo que parecia uma heresia a mais terminou por produzir uma profunda brecha na Igreja. O monge Martinho Lutero, alemão, quationou a validade das indulgências que estavam sendo vendidas pela Igreja Católica, e na sequência do seu protesto, passou a discutir outros dógmas e doutrinas católicas. foi excomungado pelo Papa Leão X, mas conseguiu o apoio de alguns príncipes alemães. Daí surgiu a primeira de uma série de novas religiões: a Luterana.
No entanto, não se deve pensar que a Reforma Protestante era fruto exclusivo das iniciativas ou do pensamento de Lutero. a necessidade de uma mudança nas doutrinas católicas era já sentida. a ausência dos bispos em suas dioceses era muito notada. O despreparo do clero saltava a vista. Numa época em que as pessoas se sentiam inseguras frente à vida, o clero não estava conseguindo atingir a população com suas pregações. Nunca o povo europeu manifestou sua religiosidade como nessa época, e, provavelmente por isso mesmo, passou-se a questionar seriamente a necessidade de sacerdotes. A idéia de que cada um poderia ser sacerdote de si mesmo ganhava corpo.
A par desta questão religiosa, é necessário verificar que determinados elementos da economia e da política da época também contribuiam poderosamente para a ruptura com a Igreja. Pode-se destacar: a insatisfação dos reis com o poder temporal do Papa, um verdadeiro obstáculo `a centralização do poder que então ocorria; as terras da Igreja despertavam a cobiça de nobres e reis; os impostos cobrados pelo Papa constituiam uma autêntica evasão de divisas; o choque entre o pensamento burguês e as concepções econômicas da Igreja.
A questão das indulgências foi o estopim. a partir daí começaram a ser criadas novas religiões. O Luteranismo, na Alemanha; o Calvinismo, na Suiça; o anglicanismo, na Inglaterra, são alguns exemplo. Luteranos e calvinistas em breve podiam ser encontrados em quase toda a Europa. a rigor, apenas Espanha, Portugal, Itália e Polônia permaneceram integralmente católicos.
A reação da Igreja Católica demorou um pouco, mas foi feita, dando origem à Reforma Católica ou Contra Reforma. Através do Concílio de Trento, a Igreja procurou reafirmar seus dogmas, condenando as novas religiões. foram criados Seminários e o Catecismo e instituído o Índice dos Livros Proibidos (Index).
O trabalho de algumas ordens religiosas também foi significativo na contra-reforma, destacando-se a Companhia de Jesus, ou Ordem Jesuíta, criada por Inácio de Loyola e que voltou-se especialmente para a educação e catequese.
também o tribunal da Inquisição foi utilizado pela Igreja na tentativa de recuperar áreas perdidas para as religiões reformadas, ao mesmo tempo em que procurava evitar a expansão das novas idéias.
Com a Reforma, a Unidade religiosa da Europa desapareceu. um clima de intolerância passou a se manifestar, gerando perseguições, guerras. O poder político do Papa fragmentou-se e o poder dos reis fortaleceu-se. De uma certa forma a Reforma liberou ou contribuiu para retirar determinados obstáculos à expansão do capitalismo, na medida em que muitas das novas religiões passaram a pregar a necessidade da poupança, de uma vida mais rígida, sem gastos ou ostentações. No plano cultural, pôde-se verificar uma expansão da educação popular, ao mesmo tempo em que a extrema valorização da Bíblia contribuía para um retrocesso do desenvolvimento científico. as artes foram profundamente afetadas pela Reforma.
Fonte: Ricardo, Adhemar e Flavio, História. pgs 46 a 48.

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