domingo, 30 de março de 2008

Texto para o 3º e 4º ano:A Primeira Guerra Mundial

A hegemonia européia no início do século XX era incontestável, tanto no plano econômico como no político. No nível econômico a Europa controlava a maior parte da produção mundial, dominando a economia dos países coloniais. No nível político, controlava os países africanos e asiáticos através de uma dominação efetiva no local e exercia influência nos países latino-americanos.
As origens da Primeira Guerra Mundial ligam-se à disputa colonialista entre as potências européias industrializadas ao nacionalismo agressivo que justificava o imperialismo, à corrida armamentista e navalista, e aos acordos e alianças que tornaram frágil o equilíbrio europeu.
No continente europeu existiam inúmeros pontos de atrito entre as potências, os quais geraram antagonismos, tais como: França e Alemanha atritavam-se por causa da Alsácia-Lorena e Marrocos; a Inglaterra sofria os efeitos da expansão econômica e naval alemã; Rússia e Áustria tinham rivalidades nos Balcãs; Rússia e Alemanha disputavam o controle do Estreito de Dardanelos; a Áustria tinha conflitos com o nacionalismo da Sérvia; em virtude da ocupação da Bósnia-Herzegovina em 1912 pela primeira.
Esse clima de tensão corrobora a formação de dois sistemas de alianças: a Tríplice Aliança, bloco militar formado pela Áustria-Hungria, Alemanha e Itália; a Tríplice Entente englobava uma aliança militar (França e Rússia) e dois acordos (França e Inglaterra – a Entente Cordiale – e Inglaterra e Rússia).
O sistema de alianças proporcionou um clima de tensão, que bastava um incidente para desencadear um conflito generalizado. É o que ocorre em julho de 1914, quando o Arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, por um estudante da Bósnia-Herzegovina, região reinvidicada pela Sérvia.
A guerra tornou um caráter mundial que envolveu as colônias dos países em conflito. Formando dois blocos: os Aliados (Inglaterra, França, Rússia, Japão e Bélgica, e depois Itália e EUA; e as Potências Centrais (Alemanha, Áustria-Húngria, Turquia e Bulgária).
O ano de 1917, foi decisivo para a guerra, em virtude da entrada dos EUA ao lado dos Aliados e a saída da Rússia do conflito, devido à Revolução Socialista.
Os problemas surgidos com a guerra, trouxe repercussões e a necessidade de novas atitudes e comportamentos nos níveis econômicos, político e social, tais como: 1. uma intervenção cada vez maior do Estado na vida econômica, o endividamento da Europa, o início da hegemonia dos EUA; 2. preponderância do Executivo sobre os Parlamentos, devidos à urgência das decisões; supressão das liberdades políticas, recrudescimento das greves; oposição de diversos setores, sobretudo os socialistas, à greve e às autoridades militares; e, o mais importante, a derrubada do czarismo na Rússia.
Os principais efeitos da guerra foram: a vitória dos princípios liberais e democráticos; o desaparecimento dos Impérios Alemão, Austro-Húngaro, Russo e Turco; a adoção do regime republicano em quase todos os países e, posteriormente, o surgimento de ditaduras; o estabelecimento do regime socialista na Rússia; surgimento de novos Estados; início da Descolonização; os fascismos etc.
A Conferência de Paris, em que se destacaram as figuras de Clemenceau (França), Lloyd George (Inglaterra) e Wilson (EUA), determinou a assinatura de tratados em separado com os vencidos. Os tratados foram: o Tratado de Versalhes, com a Alemanha; de Saint-Germain, com a Áustria; de Trianon, com a Húngria; de Nevilly, com a Bulgária; de Sévres, com a Turquia.
O Tratado de Versalhes regulava a paz com a Alemanha e lhe impunha pesadas condições. Significou a “Revanche” da França à derrota de 1871 (Guerra Franco-Prussiana). Estabelecia a devolução de territórios (Álsácia-Lorena) e a concessão de outros (Sarre) à França; a perda de colônias; o pagamento de pesada indenização de guerra; a desmilitarização; tudo isso agravando as rivalidades, que se manifestariam duas décadas mais tarde, com a eclosão da Segunda Guerra Mundial.









































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